O mês de Junho, segundo Mirella Faur, "era conhecido como Junonius, em homenagem a Juno, a deusa romana padroeira dos casamentos e das mulheres. Equivalente a deusa grega hera, Juno era invocada nos casamentos para garantir a felicidade duradoura por seu aspecto de padroeira e protetora das funções e dos atributos femininos. Por isso, antigamente as mulheres procuravam casar neste mês.
Como governante da estação mais clara e quente do ano (hemisfério norte), Juno era a contraparte luminosa de Janus, o regente do mês de janeiro.
No hemisfério norte, durante este mês, percebia-se um acréscimo de energia psíquica, favorecendo a aproximação e o intercâmbio com os seres elementais e os espíritos da natureza, que poderiam se tornar acessíveis e visíveis desde que devidamente agradados e invocados.
Os nomes antigos deste mês eram Meitheamh para os irlandeses, Aerra Litha para os anglo-saxões e Brachmonath para os nórdicos. no calendário sagrado druídico, a letra Oghan correspondente é Tinne e a planta sagrada é o azevinho. O lema do mês é 'energia e poder de decisão para enfrentar problemas e obstáculos'. As pedras sagradas deste mês são ágata, a pedra da lua, a alexandrita e a pérola. As deusas regentes são Juno, Carna, Cardea, Danu, Vesta, Anahita, Epona, Cerridwen e Kupalo.
Os povos antigos chamavam este mês de Lua dos Amantes, Lua de Mel, Lua dos Morangos, Lua da Rosa, Lua dos Prados, Lua do Sol Forte, Lua dos Cavalos, Lua da Engorda e Mês do Intervalo, entre outros.
No calendário rúnico, este mês é regido pela runa dagaz, que representa a 'porta do ano', o portal para os mundos internos, a abertura que permite a entrada daquilo que é benéfico e obstrui a entrada das coisas ruins. Por isso, junho era considerado a 'porta do ano', abrindo os canais para o Sol entrar, fortalecendo as energias e consolidando os ganhos".
Já os Celtas, por Andy Baggott...
...no livro Rituais Celtas apresenta um aspecto diferente associada aos meses do ano, num calendário no qual um mês tem 28 dias, utiliza as árvores como alfabeto mágico pela sabedoria dos celtas em associar a energia e a natureza das árvores. Desta forma, o mês de junho corresponderia a dois meses lunares. No período de 13 de maio a 09 de junho, o mês seria correspondente a Lua do Pilriteiro e de 10 de junho a 07 de julho corresponderia a Lua do Carvalho.
A Lua do Pilriteiro chama-se Huath, seu pássaro é o Corvo noturno (Hadaig) e o significado original é a celebração do aspecto anciã da deusa tripla e da sexualidade.
"O pilriteiro é uma árvore sagrada, geralmente encontrada junto a poços sagrados. É associado a proteção psiquíca, geralmente por causa de seus espinhos afiados e suas sebes eram plantadas ao redor dos campos e lugares sagrados como proteção contra a negatividade. Era ligado ao lado indomado e feminino da natureza humana.
Para os celtas, o pilriteiro era uma árvore quase mágica. Seu desabrochar na primavera anunciava a chegada do Beltane, com todas as suas associações com a fertilidade e a magia das fadas".
Já o aspecto do mês de junho associado a Lua do Carvalho, é nomeado de Duir, seu animal associado é um pássaro chamado de Cambaxirra e seu significado é: porta, pleno verão. "O carvalho estava associado a força e a resistência. A palavra duir significa 'porta' e para os celtas, era uma árvore muito sagrada, cuja sabedoria antiga facilitava a passagem pelos portais espirituais, levando a novos domínios de experiência. Sua madeira era usada como talismã para afastar os raios e para conexão com as energias dos espirítos do trovão".
No aspecto astrológico, segundo Mirella Faur...
No dia 04.06.2012 a Lua estará no signo de sagitário, a estará em um signo de fogo e a astrologia associa a um período seco, árido e estéril. Que isso quer dizer? que terá dificuldades em todo e qualquer
crescimento seja na agricultura, no social ou no emocional. Ou seja, mais trabalho, vamos celebrar um ritual super fértil, para dar uma estabilizada neste poder do fogo.
Com o plenilúnio em sagitário, o sol está no signo de gêmeos e é conhecido, segundo Mirella Faur, como Lua dos Cavalos. Trabalhando o conceito da polaridade astrológica, "sagitário é um signo de fogo; seu impulso é direcionado para a liberdade física, mental, emocional e espiritual, transpondo barreiras e limites, buscando a expansão. Gêmeos é um signo de ar, inquieto e curioso, que busca os conhecimentos intelectuais e as mudanças profissionais, afetivas e existenciais, enfatizando a diversidade e a mutabilidade. A combinação desses dois signos móveis possibilita um direcionamento das energias físicas ou mentais, sem dispersar ou desviar o foco. O próprio símbolo de sagitário exemplifica a busca de um alvo, com concentração e objetividade, sem se deixar perturbar pela dualidade e superficialidade geminiana.
Os elementos ritualísticos são: velas púrpuras ou laranjas, tochas ou fogueiras. Galhos e folhas de mangueira, castanheira, figueira ou cedro, flores de lírio da cachoeira, colônia, dália ou madressilva, sementes de anis estrelado ou cumaru, musgo, pedaços de estanho. Incenso de sândalo, vetiver, sálvia ou bálsamo, essência de cravo, híssopo, açafrão ou gengibre. Cristais ou pedras polidas de topázio, turmalina, fluorita, malaquita, turquesa. Os deuses regentes são: Hermes, Mercúrio, Thoth, Odin, Ogma, Ganesha, Nuanda, Apolo e Taliesin. As deusas regentes são: Epona, Rhiannon, Etain e Macha e as regentes da natureza selvagem como Ártemis, Diana, Artio, as Amazonas e as Valquírias, as Dríades, Rauni, Saule e Zemina. Rituais: a complementação das polaridades e integração da dualidade (harmonizando os opostos); direcionamento da energia física e mental para um determinado objetivo; viagens xamânicas para encontrar seus animais de poder e contatar a Amazona interior; homenagens e conexão com as Deusas das florestas e dos animais, reconhecendo e equilibrando seu lado instintivo e a necessidade da liberdade interior e exterior; 'busca da visão', oferendas para os Seres da natureza, práticas de centramento e equilíbrio. Mentalização: 'abro-me para novos conhecimentos e abandono minha inquietação e dispersão'. A matriarca da sexta lunação: é a contadora de histórias que, por meio de seus contos, ensina o relacionamento correto com nossos irmãos de criação, como usar o humor para afastar os medos, como equilibrar o sagrado e o profano e preservar a tradição oral de nossos ancestrais".
Sobre a runa Dagaz... (extraído do livro Mistérios Nórdicos)
Nomes alternativos: Daeg, Dag, Dagr, Dagur, Dags
Valor fonético: D, Dh
Planetas associados: Sol e o Nodo Lunar Norte
Princípio: o despertar espiritual e a expansão da consci~encia.
Interpretação ideográfica: Borboleta labrys (machadinha de duas lâminas), lemniscata (o símbolo do infinito)
Interpretação esotérica: a luz do dia, o poder divino, o ciclo das estações, o equilíbrio entre os opostos.
Divindades relacionadas: Baldur, o deus da luz;Loki, o regente da escuridão; Heimdall, o guardião da Ponte do Arco-Íris, os deuses Mimir, Odin, Tyr, as deusas Aarvak (guardiã da aurora), Gerd, Ostara, Sunna, Syn, Thrurd, Vor, Walburga e as Zórias (deusas celestes eslavas, regentes da alvorada e do crepúsculo)
Atributos positivos; Esperança, consci~encia, despertar, transformação, renovação, renascimento.
Atributos negativos; Falta de visão ou de clareza, negatividade, negação, enfatiza os aspectos sombrios de uma situação.
Elementos: Fogo, ar, luz
Símbolos: Borboleta, labrys, leminiscata, ponte, abertura, nascer e por-do-sol, jogos de luz e sombra.
Cores: branco-brilhante, dourado, azul, celeste.
Animais totêmicos: borboleta, andorinha, águia, cuco, pomba, cordeiro.
Árvores: Carvalho, sabugueiro, pinheiro prateado.
Plantas: Hipericão, madressilva, calêndula, prímula.
Pedras; Âmbar, fluorita, olho-de-tigre, calcita, crisólita, cancedônia, cristal de rocha, iolita.
Rituais: exercício para ativação do terceiro olho e para harmonizar e integrar os hemisférios cerebrais. usada em talismãs e encantamentos para proteger o espaço mágicos e os ambientes como escudo protetor individual. Atrai sucesso e boa sorte, serve como portal nas práticas de meditação. Em sua representação como labrys é usada como símbolo de proteção; na forma de lemniscata, é utilizada em rituais de expansão e elevação espiritual.
Desafio: Não tenha medo de trazer as coisas para a luz, saia da escuridão.
Esotericamente, representa a consciência cósmica, a lei da complementação dos opostos. É a runa dos novos inícios, fundamentados nas realizações do passado e nas promessas do dia, anunciada pela alvorada. Mitologiacamente, Dagaz, por representar o fim de um ciclo e início de outro, é relacionada ao Ragnarök, quando os deuses Loki, o agente da escuridão e do fogo selvagem, e Heimdall, o guardião responsável pela evolução da raça humana, irão se enfrentar na batalha final, matando um ao outro. No contexto feminino, Dagaz, corresponde a Ostara e Walburga, as deusas teutônicas da fertilidade e do renascimento da natureza na primavera.
Uso mágico: Dagaz pode ser utilizada para complementar ou finalizar projetos, tarefas e relacionamentos, ou para definir limites e banis influências hostis ou opressoras. Auxilia no lançamento de um prjeto, na melhora das finanças e na atração de sorte. É muito útil na proteção de casas quando pintada na cor branca e azul ou branca e verde. Na prática de meditação, Dagaz induz o despertar espiritual, facilita o acesso aos planos sutis, premite a travessia dos véus e a transcedência da ilusão da dualidade, expandindo, dessa maneira, a consciência.
Fontes:
Mirella Faur, O Anuário da Grande Mãe. Editora Gaia. São Paulo, 2001.
Mirella Faur, Mistérios Nórdicos - Deuses. Runas. Magias. Rituais. Editora Pensamento: São Paulo: 2007.
Andy Baggott, Rituais Celtas - A roda céltica da vida e os poderes sagrados da natureza. Editora Madras. São Paulo:2002.
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