Ao buscar o despertar da intuição a primeira coisa que me vem a mente, é o resgate. Resgate da sabedoria que está contida em nossa vida desde os primódios, desde as nossas outras vidas. A intuição é se permitir, ouvir a experiência dos nossos antepassados, das nossas vidas passadas, dos nossos desejos e dos que nos acompanham e protege na jornada.
O culto aos deuses conduz esta base de comunicação e aperfeiçoamento com o(s) nosso(s) dom(ns) natural(is): do ouvir, do sentir, do fazer. Nossas ações, pautadas na delicadeza do conhecimento das consequências é uma prova rica de como estamos sensíveis ao que nos cerca e do poder que temos.
Para isso, devemos estar purificados, concentrados e dedicados a nosso objetivo. Curar feridas, purificar nossos corpos e mentes, preparando nosso organismo para a benção da comunicação com o nosso eu mais profundo é uma forma de respeito a nossa história vinculada ao mundo. E é uma forma ativa de comungar com este mesmo mundo.
Respeitar e comungar nossa real natureza é uma forma de nos purificar do que atraimos e mantemos de nocivo em nossas vidas, nossas curas, como forma de purificação, é uma forma de ritualística, de comungar com o sagrado e nos tornar sagrados. Respeitando nosso corpo como um templo.
"A cura com os rituais¹
A ligação entre cura e ritual é comprovada nos antigos relatos pela semelhança entre curadores, magos, xamãs, mestres rúnicos e videntes. Nos tempos pagãos, atribuíam-se às rainhas, às xamãs, às curandeiras e até mesmo às senhoras das propriedades (responsáveis pelo bem estar daqueles que moravam ao seu lado), o dom de curar pela imposição de mãos ou o uso de ervas, unguentos, cataplasmas e poções. Em certos casos, eram recomendadas alimentações específicas ou jejuns, isolamento e meditação, além da retificação de hábitos e comportamentos prejudiciais visando realinhar os campos sutis.
A terapia era acompanhada de oferendas para os seres da natureza e recomendava-se a conexão consciente com os ciclos lunares, os ritmos naturais e também o culto dos antepassados.
Uma antiga prática de cura por elas usada era transferir a doença para objetos que eram depois queimados ou enterrados. Outra técnica xamânica descreve como a curadora se deitava de barriga para baixo sobre o doente e soprava na sua boca, dando-lhe depois um chá de ervas para dormir."
A ligação entre cura e ritual é comprovada nos antigos relatos pela semelhança entre curadores, magos, xamãs, mestres rúnicos e videntes. Nos tempos pagãos, atribuíam-se às rainhas, às xamãs, às curandeiras e até mesmo às senhoras das propriedades (responsáveis pelo bem estar daqueles que moravam ao seu lado), o dom de curar pela imposição de mãos ou o uso de ervas, unguentos, cataplasmas e poções. Em certos casos, eram recomendadas alimentações específicas ou jejuns, isolamento e meditação, além da retificação de hábitos e comportamentos prejudiciais visando realinhar os campos sutis.
A terapia era acompanhada de oferendas para os seres da natureza e recomendava-se a conexão consciente com os ciclos lunares, os ritmos naturais e também o culto dos antepassados.
Uma antiga prática de cura por elas usada era transferir a doença para objetos que eram depois queimados ou enterrados. Outra técnica xamânica descreve como a curadora se deitava de barriga para baixo sobre o doente e soprava na sua boca, dando-lhe depois um chá de ervas para dormir."
O mergulho na intuição reflete nesta primeira etapa de cura que está associada ao mergulho interior, um caminho longo e nada fácil, onde deverá libertar-se das amarras, criadas muitas vezes, por nós mesmos e entender que a dinâmica do mundo está baseada na união de princípios opostos –
vida/morte – que acontecem no ventre da Terra, revelando como cada nova
forma de vida é criada a partir de uma morte anterior. E a morte deste nosso eu anterior, desse nosso eu 'casca', criado como defesa para enfrentar nossos receios cotidianos, deve ser uma morte constante, consciente e gradual de todas as etapas; de tudo o que finda e do espaço que deixamos para a nossa (re) construção, o nosso despertar. E o (re)nascimento sempre é e será, um ato divino.
²Crie um espaço sagrado no seu lar, não somente através de um altar, mas usando sua inspiração, imaginação e amorosidade para que todos se sintam bem, protegidos, nutridos e amados;
2. Crie momentos sagrados – para si mesma ou
compartilhando-os com amigos e familiares – caminhando na natureza,
ouvindo música suave, jantando a luz de velas, lendo textos que nutram a
alma, enriqueça a sua mente e elevem o espírito;
3. Entre em comunhão com a natureza, honrando a Deusa
em todos os seus aspectos e manifestações. Não basta encher sua casa de
plantas se você não entrar em contato real e profundo com a terra, a
chuva, o vento, as nuvens, o Sol, a Lua, os animais – seus irmãos de
criação;
4. Respire e consagre seu corpo como a morada da sua
alma durante esta encarnação. Procure viver de forma saudável, fazendo
suas opções com consciência, sem se agredir e sem culpar – a si ou aos
outros – pelos seus problemas ou compulsões. Coma bem para viver melhor.
Observe suas fugas e compensações, cuide da sua “criança” carente ou
ferida ajudando-a a crescer, curando-a com amor e dando-lhe os meios
adequados para se tornar forte e auto-suficiente;
5. Manifeste sua criatividade – escreva, borde,
pinte, desenhe, faça colagens, modele argila, cante, recite, dance,
aprenda algo novo, componha um poema ou canção, faça pão, comece um
diário de sonhos. A mulher que não dá vazão construtiva à sua imensa
capacidade criativa pode torná-la em energia destrutiva – contra si ou
contra os outros;
6. Coloque em prática os ensinamentos espirituais.
Não se contente em ler inúmeros livros ou participar de cursos e
workshops se você não pratica aquilo que aprendeu. Para mudar, precisa
viver de forma consciente, reconhecer e transmutar seus pensamentos
negativos e ser sincera nas avaliações – suas e dos outros. Todas as
experiências dolorosas da vida são aprendizados cujas lições podem
contribuir para sua transformação. Algumas mensagens levam momentos para
serem assimilados, outras, meses ou anos. Quando começar a compreender o
significado dos acontecimentos da sua vida, você começou a crescer de
fato e assim poderá abrir novas portas na sua vida, se usar a chave
certa;
7. Encontre o equilíbrio entre o falar e o silenciar,
se movimentar ou se aquietar. Procure se relacionar com pessoas que
compartilham das mesmas buscas e que têm o mesmo nível vibratório.
Participe de círculos de mulheres em que possa encontrar apoio para a
sua jornada espiritual, em que possa confiar para expressar suas dores
ou suas conquistas. Celebre a Deusa sozinha ou em grupo, encontrando
assim a verdadeira fonte de seu poder, da sua cura e transformação.
Cultive a Deusa dentro de você reconhecendo a sacralidade do seu corpo,
da sua mente, das suas emoções, da sua vida. E ao reconhecer a Deusa
dentro de si, você se tornará uma com Ela.
O nosso desejo é o que nos move.
¹ Jornal Deusa Viva, Teia de Theia, maio de 2012, n. 151
²Faur, Mirella:O poder da Deusa consagrando o cotidiano extraído de http://teiadethea.org
Faur, Mirella: Antigos Cultos à Mãe Terra. extraído de http://teiadethea.org