terça-feira, 27 de agosto de 2013

O Chamado do Sagrado

                                                                



"Este é um convite estranho; ele o levará a uma longa peregrinação, e terminará somente onde você já está. Você precisará dar muitos passos, em muitos caminhos, simplesmente para chegar a você mesmo, pois você se distanciou de você mesmo e se esqueceu completamente do caminho de volta. Sou um lembrete, uma lembrança do lar perdido. Portanto, em uma palavra posso dizer que sou um convite, e é claro, apenas para aqueles que têm um profundo anseio em seus corações, que estão sentindo falta deles mesmos, uma profunda urgência, que a menos que encontrem a si mesmos, tudo o mais não tem sentido. A menos que isso seja o seu interesse prioritário e supremo, a ponto de, se necessário, você estar mesmo disposto a perder tudo por isso, mas não pode abandoná-lo... Existem milhares de desejos, mas no que se refere a anseio, há apenas um, o de voltar para casa, de encontrar sua realidade. E nesse próprio encontrar, você encontra tudo o que tem algum valor: bem-aventurança, verdade, êxtase. Você é tão antigo quanto toda a existência; você sempre esteve aqui. Você pode ter encontrado muitos mestres, pode ter chegado perto de muitos budas, mas você estava muito envolvido em trivialidades e não estava ciente de seu anseio. Sou um esforço para provocar o dormente em você, para despertar o que dorme. O fogo está presente, mas está queimando muito baixo, pois você nunca cuidou dele. Meu convite é para tornar você chamejante, e a menos que você conheça uma vida que seja luminosa e chamejante, todo o seu conhecimento é apenas uma trapaça. Você está juntando-o para ajudá-lo a se esquecer de que o conhecimento real está faltando. Mas não importa quão grande seja o seu acúmulo do outro, do objetivo, do mundo, isso não vai se tornar um substituto do seu autoconhecimento. Com o autoconhecimento, de repente desaparecem toda a escuridão e a separação em relação à existência. Sou um convite para você dar um corajoso salto no oceano da vida. Perca-se, pois esta é a única maneira de encontrar a si mesmo"
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OSHO

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sobre o corvo


Em uma jornada xamânica, descobri o corvo como meu animal sagrado. Mesmo cultuando Morrighan há mais de 10 anos foi uma - agradável - surpresa este momento, tomei como confirmação desta dedicação.
Por mais que entendesse a imagem do corvo vinculada a Morrighan não estava claro para mim sua função dentro dos mundos e nunca havia me aprofundado em seu simbolismo, suas funções e suas características como influenciadoras da personalidade de quem este animal está próximo.
Este momento de busca deste conhecimento começou recentemente e continuo na construção de seu significado.


O corvo simboliza a gratidão e o afeto filiais, a sabedoria, a esperança, a longevidade, a morte e a fertilidade. Na alquimia, ele representa a transformação e a alma evoluída que morre para este mundo.
 É um símbolo ainda usado com freqüência na magia moderna, na bruxaria e nos mistérios¹.






Dentro da interpretação xamânica, atribui-se ao corvo da seguinte forma:

"A magia do corvo é poderosa e pode lhe infundir a coragem necessária para penetrar nas trevas do vazio no qual residem todos os seres que ainda não tem forma definida. O Vazio é denominado “Grande Mistério”. O Grande Mistério já existia antes que todas as coisas viessem a existir. O Grande Espírito é oriundo do Grande Mistério e vive no Vazio. O Corvo é o mensageiro do Vazio.
O Corvo é prenúncio de mudança de consciência, que pode, inclusive, significar uma viagem pelo Grande Mistério ou por alguma senda situada à margem do tempo. A cor do Corvo é a cor do Vazio – o buraco negro do espaço sideral que congrega todas as energias criadoras. Significa que você conquistou por seus próprios méritos o direito de vislumbrar um pouco mais da magia da vida.
O Corvo é o mensageiro da magia cerimonial e um curador que opera à distância e que está sempre presente em qualquer Roda de Cura. É ele que conduz o fluxo de energia de uma cerimônia mágica, guiando-a até o seu objetivo final. Seu papel é o de interligar as mentes dos praticantes do ritual com as mentes daqueles que estão necessitando daquele trabalho. A magia do Corvo não pode ser interpretada de forma racional porque é a magia do desconhecido em ação, preparando a chegada de algum acontecimento muito especial. 
O Corvo é o protetor dos sinais de fumaça e das mensagens espirituais representadas por ele"². 

Na mitologia celta, segundo Claudio Crow, "a associação dos corvos com deidades guerreiras não é casual: grandes observadores da natureza, os celtas perceberam que essas aves sempre surgiam após as batalhas para se banquetearem nos cadáveres dos que tombaram em combate.
Na Gália, uma inscrição na moderna região de Haute Savoie traz o nome de uma deusa chamada Cathubodua: as partículas formadoras desse nome são facilmente identificadas: Cath é ‘batalha’, e bodua/Bodva é 'corvo', de onde seu nome significar, literalmente, Corvo de Batalha. Estas mesmas raízes são encontradas na Irlanda no nome da deusa Badbh Catha, uma figura sinistra que incita os guerreiros à batalha. Ao lado de Morríghan(também amplamente identificada com o Corvo) e Macha, Badbh forma a tríade de deusas guerreiras conhecidas como as Mórrígna"¹.

O corvo carrega outro simbolismo, suas penas. As penas trazem o poder da leveza, mobilidade, equilíbrio, crescimento e inspirações.

Na jornada através do feminino e da magia, deve-se entender os ciclos e com isto o processo de vida-morte-vida; seus movimentos e enfraquecimentos, como um único organismo. E neste assunto o corvo surge cumprindo seu papel de mensageiro entre os mundos. Ouça o seu canto!
Fontes:
²Jamie Sams , As Cartas Xamânicas - A descoberta do poder através da energia dos animais, Ed. Rocco.